segunda-feira, 30 de março de 2009

OS VALORES (Maria Lúcia Arruda)

Atividade Proposta: DISCUSSÃO DO TEXTO SOBRE VALORES.

O mundo dos valores vai além dos bens econômicos, vitais, lógicos, éticos, estéticos e religiosos que encontramos ao nosso redor, valor compreende todo o arcabouço intelectual obtido com a vivência humana.
Dar determinado valor a alguma coisa representa o grau de significância que tal coisa tem para nós, ou seja, o conteúdo de importância nos causa atração ao invés de repulsão. O julgamento das características e de suas atribuições são o principal responsável por nos causar atração. Tal conceito aplicado na prática nos revela o sentido da palavra valoração, a vivência em um mundo capitalista que nos impregna com as mais diferentes formas de valoração nos obriga a relacionar os valores com a dada situação.
Sabendo que o mundo dos valores faz parte da base de nossas principais decisões e ações, é imprescindível a sua aplicação na educação. Transmitir valores morais, políticos e estéticos aos alunos, por exemplo, garante o primeiro passo para se formar uma “cabeça bem-feita”, contribuindo na formação de bons cidadãos.
O valor das características morais transmitidos aos alunos proporciona uma ligação direta entra a escola e a vida. Através da interação com colegas de turma e o simples convívio com os professores estimulam nos alunos, mesmo que sem perceber, condutas cooperativas entres os grupos, cabe aos professores dar ferramentas para que os alunos possam distinguir o bem e o mal, contribuindo para que os mesmos adquiram um senso de ética, já que moral e ética são faces de uma mesma moeda. A formação de um ser moral constitui aquele que não recebe passivamente o que a sociedade lhe impõe, mas sim aquele que as aceita ou recusa, dependendo do seu valor, sendo livre e consciente das suas ações ou omissões.
Educar um individuo com todos os valores básicos para que esse seja considerado cidadão fica difícil quando leva-se em conta a distância acentuada entre as chamadas “escolas da elite” e as “escolas para pobres”, intensificada pelo desequilíbrio da má distribuição de renda, ou seja, o desequilíbrio do poder. Tal desequilíbrio pode estar relacionado com a alienação das camadas mais inferiores da sociedade, que pela falta de escolaridade e educação não possuem voz ativa perante a comunidade, contradizendo completamente o verdadeiro sentido da palavra democracia. Cabe a nós, futuros professores, “libertar” a mente desses que são cidadãos somente na hora de votar.
Transmitir valores requer ferramentas eficazes para se conseguir tal objetivo, a educação estética, representada por todo o conhecimento cultural adquirido ao decorrer de uma vida, se remete ao verdadeiro sentido das palavras: “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”, a arte como forma de conhecimento que organiza o mundo por meio do sentimento, intuição e da imaginação. A arte estimula o pensar, contribuindo para a construção da personalidade do cidadão.
O ato de pensar liberta o individuo, e como educar com liberdade? Liberdade não é algo que é dado e sim uma conquista ao longo da formação do ser humano. A sua limitação atrofia o conhecimento, o questionamento e a solução de problemas, a política adotada por alguns governos visam justamente essa limitação, ou seja, formar pessoas incapazes de contestar a autônima do poder, não tendo conhecimento de seus direitos e deveres perante a comunidade. Por estar inserido numa sociedade, o homem sofre diversas influências, mas sendo um ser consciente, capaz de argumentar as imposições ele é capaz de agir sobre a realidade e transformá-la.
Educar sem limitar, limitando para educar. A autoridade do professor em sala de aula não pode ser excessiva nem tão pouco omissiva!

“Na relação dos seres humanos entre si isto é o mais sublime: o educando é para o educador estímulo para que se conheça; o educador motiva o educando para o autoconhecimento; o educador não deixa após a morte nenhuma pretensão com relação à sua influência sobre a alma do educando, da mesma forma que o educando não pode imaginar que o educador lhe deva algo”. (Pieper, 2003)

REFERÊNCIAS

PIEPER, A. Einführung in die Ethik. Tübingen: A. Francke, 2003.