As teorias construtivistas deram um novo rumo à aquisição do conhecimento tanto por parte dos alunos como por parte dos professores, compreendendo a complexidade da aprendizagem.
Estudos relacionados às teorias construtivistas percorreram diversos campos das áreas naturais e sociais. A área da psicologia juntamente com a medicina são os principais representantes por pesquisas realizadas com crianças para entendimento desse processo, mesmo que em áreas distintas, ambas convergem para tendências comuns, como por exemplo a interpretação filosófica das teorias.
A antropologia baseia-se no aspecto histórico-social assimilado pelo aluno, ou seja, as interações sociais estabelecidas pelos homens lhe proporcionavam agir sobre o mundo, e toda essa maneira de se aprender a realidade se expressa de formas diferentes durante sua história.
Do ponto de vista epistemológico, que significa o estudo do conhecimento e a formação de suas teorias, desenvolveram concepções voltadas à interação ou construção do conhecimento superando o inatismo e o empirismo. O conhecimento posto em questão era absorvido por etapas onde a criança organiza a sua forma de pensar e a afetividade, daí então surge a epistemologia genética.
Jean Piaget nasceu na Suíça, no dia 09 de agosto de 1896, na cidade de Neuchâtel. Aos 22 anos formou-se em Ciências Naturais, estudou também filosofia e psicologia. Em 1923, casou-se com a psicóloga Valentine Châtenay, que colaborou em suas primeiras pesquisas sobre o desenvolvimento da inteligência e a construção do real, observando seus próprios filhos.
Piaget sempre foi considerado um gênio pela precocidade de seu talento intelectual e pela originalidade e importância de suas pesquisas e teorias sobre o conhecimento humano. Ele morreu em Genebra, aos 84 anos.
Buscando compreender como o homem elabora o conhecimento, Piaget desenvolveu o que chamou de Psicologia Genética. De acordo com sua teoria, o desenvolvimento, é um processo de equilibrações sucessivas que conduzem a maneiras de agir e de pensar cada vez mais complexas e elaboradas.
Esse processo de equilibrações apresenta quatro períodos ou estágios definidos, caracterizados pelo surgimento de novas formas de organização mental: período sensório-motor (de 0 a 2 anos), período intuitivo ou simbólico (de 2 a 7 anos), período das operações concretas ( de 7 a 14 anos) e o período das operações formais (a partir da adolescência).
Segundo Piaget, os estágios se sucedem numa ordem fixa de desenvolvimento, sendo um estágio sempre integrado ao seguinte por meio dos mecanismos de organização e adaptação.
O processo de adaptação supõe dois processos interligados, a assimilação e a acomodação. O primeiro descrito como assimilação: quando ao agir sobre o meio, o individuo incorpora a si elementos que pertencem ao meio; o segundo, acomodação: Processo de modificação que se opera nas estruturas de pensamento do indivíduo. Sendo assim, a inteligência é assimilação por permitir ao indivíduo incorporar os dados da experiência. É também acomodação, pois os dados incorporados produzem modificações no funcionamento cognitivo da pessoa.
A psicopedagoga, Emília Ferreiro, propôs um novo olhar sobre a alfabetização. Suas idéias constituem uma nova teoria, intitulada Psicogênese da língua escrita.
Emília Ferreiro juntamente com Ana Teberosky, foram motivadas pelos altos índices de fracasso escolar e mostraram como a criança constrói diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita, antes mesmo de chegar a compreender o sistema alfabético.
Essa teoria afirma que todos os conhecimentos têm uma gênese e explicita quais são as formas iniciais de conhecimento da língua escrita. A autora mostra como as crianças chegam a ser leitores, antes mesmo de sê-lo. Ela apresenta um suporte teórico construtivista, no qual o conhecimento aparece como algo a ser produzido pelo indivíduo, que passa a ser visto como sujeito e não como objeto do processo de aprendizagem.
Voltado pra área do pensamento e da linguagem, Lev Semenovich Vygotsky, nascido na Rússia czarista do século XIX, viveu intensamente as idéias revolucionárias que transformaram a Rússia em União Soviética, sendo, portanto marcante a influência marxista no seu pensamento e método dialético.
Mencionando ainda alternativas para a psicologia podemos descrever e citar duas linhas de raciocínio, que vão ser posteriormente criticadas por Vygotsky. A primeira diz respeito à forma empírica e aí, podemos citar o médico russo Ivam Paulov, que a partir da observação dos fenômenos de digestão e salivação, encaminhou-se para o estudo da aprendizagem, explicando pela primeira vez o mecanismo dos reflexos condicionados. A segunda retrata a psicologia da forma, que não aceita explicações empíricas, segundo as quais as idéias se formam por associação. Vygotsky embora reconheça a importância dessas pesquisas vai criticá-las no sentido de compreender os aspectos tipicamente humanos do comportamento, sobretudo aqueles que se referem aos processos superiores.
Ao explicar posteriormente os processos superiores, Vygotsky utiliza o conceito de mediação, segundo a qual a relação do homem com o mundo não é direta, mas mediada pelos sistemas simbólicos. Essa mediação é levada a efeito pelo uso de instrumentos e signos, que por sua vez, coexiste com uma ligação com o que ele chamou de “elo psicológico real” onde o controle da natureza e o controle do comportamento estão mutuamente ligados. Dessa forma, tanto no desenvolvimento da espécie humana quanto em cada indivíduo, o uso desses artifícios externos passa por um por um processo de internalização. O mesmo acontece com a relação ao pensamento e à linguagem, ou seja, o entendimento entre as mentes é impossível sem a expressão mediadora da fala humana, cujo componente essencial é o significado, que supõe a generalização.
Em todos os níveis de mediação é grande a importacia dada ao outro. Por isso Vygotsky descreve a zona de desenvolvimento proximal que representa a distancia entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. Destacando o trabalho coletivo, incentivando a interação com professores, colegas de turma e pais.
O brinquedo como forma de instrumento lúdico educacional torna-se indispensável para a aproximação da criança e o cotidiano, projetando valores e regras semelhantes ao mundo adulto e que serão essenciais no desenvolvimento do senso cultural futuro.
Contudo, a introdução das teorias construtivistas nas escolas enfrenta problemas antigos e já conhecidos de muitos. A reciclagem e atualização dos professores, a má interpretação das teorias, resquícios de práticas antigas, o autoritarismo, o dirigismo e o empirismo, associados à má organização das escolas no que diz respeito ao tamanho das classes, exigência de programas, problemas legais de avaliação e a promoção de alunos, são barreiras a serem transpassadas pelas chamadas tendências escolanovistas.
“O que as crianças podem fazer com assistência de outros, pode ser em algum sentido um indicativo ainda melhor do seu desenvolvimento mental do que o que elas podem fazer sozinhas”. (Lev Vygotsky)
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
DICA DE FILME: Nenhum a menos
Sinopse: As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela vai atrás do aluno.
Estudos relacionados às teorias construtivistas percorreram diversos campos das áreas naturais e sociais. A área da psicologia juntamente com a medicina são os principais representantes por pesquisas realizadas com crianças para entendimento desse processo, mesmo que em áreas distintas, ambas convergem para tendências comuns, como por exemplo a interpretação filosófica das teorias.
A antropologia baseia-se no aspecto histórico-social assimilado pelo aluno, ou seja, as interações sociais estabelecidas pelos homens lhe proporcionavam agir sobre o mundo, e toda essa maneira de se aprender a realidade se expressa de formas diferentes durante sua história.
Do ponto de vista epistemológico, que significa o estudo do conhecimento e a formação de suas teorias, desenvolveram concepções voltadas à interação ou construção do conhecimento superando o inatismo e o empirismo. O conhecimento posto em questão era absorvido por etapas onde a criança organiza a sua forma de pensar e a afetividade, daí então surge a epistemologia genética.
Jean Piaget nasceu na Suíça, no dia 09 de agosto de 1896, na cidade de Neuchâtel. Aos 22 anos formou-se em Ciências Naturais, estudou também filosofia e psicologia. Em 1923, casou-se com a psicóloga Valentine Châtenay, que colaborou em suas primeiras pesquisas sobre o desenvolvimento da inteligência e a construção do real, observando seus próprios filhos.
Piaget sempre foi considerado um gênio pela precocidade de seu talento intelectual e pela originalidade e importância de suas pesquisas e teorias sobre o conhecimento humano. Ele morreu em Genebra, aos 84 anos.
Buscando compreender como o homem elabora o conhecimento, Piaget desenvolveu o que chamou de Psicologia Genética. De acordo com sua teoria, o desenvolvimento, é um processo de equilibrações sucessivas que conduzem a maneiras de agir e de pensar cada vez mais complexas e elaboradas.
Esse processo de equilibrações apresenta quatro períodos ou estágios definidos, caracterizados pelo surgimento de novas formas de organização mental: período sensório-motor (de 0 a 2 anos), período intuitivo ou simbólico (de 2 a 7 anos), período das operações concretas ( de 7 a 14 anos) e o período das operações formais (a partir da adolescência).
Segundo Piaget, os estágios se sucedem numa ordem fixa de desenvolvimento, sendo um estágio sempre integrado ao seguinte por meio dos mecanismos de organização e adaptação.
O processo de adaptação supõe dois processos interligados, a assimilação e a acomodação. O primeiro descrito como assimilação: quando ao agir sobre o meio, o individuo incorpora a si elementos que pertencem ao meio; o segundo, acomodação: Processo de modificação que se opera nas estruturas de pensamento do indivíduo. Sendo assim, a inteligência é assimilação por permitir ao indivíduo incorporar os dados da experiência. É também acomodação, pois os dados incorporados produzem modificações no funcionamento cognitivo da pessoa.
A psicopedagoga, Emília Ferreiro, propôs um novo olhar sobre a alfabetização. Suas idéias constituem uma nova teoria, intitulada Psicogênese da língua escrita.
Emília Ferreiro juntamente com Ana Teberosky, foram motivadas pelos altos índices de fracasso escolar e mostraram como a criança constrói diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita, antes mesmo de chegar a compreender o sistema alfabético.
Essa teoria afirma que todos os conhecimentos têm uma gênese e explicita quais são as formas iniciais de conhecimento da língua escrita. A autora mostra como as crianças chegam a ser leitores, antes mesmo de sê-lo. Ela apresenta um suporte teórico construtivista, no qual o conhecimento aparece como algo a ser produzido pelo indivíduo, que passa a ser visto como sujeito e não como objeto do processo de aprendizagem.
Voltado pra área do pensamento e da linguagem, Lev Semenovich Vygotsky, nascido na Rússia czarista do século XIX, viveu intensamente as idéias revolucionárias que transformaram a Rússia em União Soviética, sendo, portanto marcante a influência marxista no seu pensamento e método dialético.
Mencionando ainda alternativas para a psicologia podemos descrever e citar duas linhas de raciocínio, que vão ser posteriormente criticadas por Vygotsky. A primeira diz respeito à forma empírica e aí, podemos citar o médico russo Ivam Paulov, que a partir da observação dos fenômenos de digestão e salivação, encaminhou-se para o estudo da aprendizagem, explicando pela primeira vez o mecanismo dos reflexos condicionados. A segunda retrata a psicologia da forma, que não aceita explicações empíricas, segundo as quais as idéias se formam por associação. Vygotsky embora reconheça a importância dessas pesquisas vai criticá-las no sentido de compreender os aspectos tipicamente humanos do comportamento, sobretudo aqueles que se referem aos processos superiores.
Ao explicar posteriormente os processos superiores, Vygotsky utiliza o conceito de mediação, segundo a qual a relação do homem com o mundo não é direta, mas mediada pelos sistemas simbólicos. Essa mediação é levada a efeito pelo uso de instrumentos e signos, que por sua vez, coexiste com uma ligação com o que ele chamou de “elo psicológico real” onde o controle da natureza e o controle do comportamento estão mutuamente ligados. Dessa forma, tanto no desenvolvimento da espécie humana quanto em cada indivíduo, o uso desses artifícios externos passa por um por um processo de internalização. O mesmo acontece com a relação ao pensamento e à linguagem, ou seja, o entendimento entre as mentes é impossível sem a expressão mediadora da fala humana, cujo componente essencial é o significado, que supõe a generalização.
Em todos os níveis de mediação é grande a importacia dada ao outro. Por isso Vygotsky descreve a zona de desenvolvimento proximal que representa a distancia entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. Destacando o trabalho coletivo, incentivando a interação com professores, colegas de turma e pais.
O brinquedo como forma de instrumento lúdico educacional torna-se indispensável para a aproximação da criança e o cotidiano, projetando valores e regras semelhantes ao mundo adulto e que serão essenciais no desenvolvimento do senso cultural futuro.
Contudo, a introdução das teorias construtivistas nas escolas enfrenta problemas antigos e já conhecidos de muitos. A reciclagem e atualização dos professores, a má interpretação das teorias, resquícios de práticas antigas, o autoritarismo, o dirigismo e o empirismo, associados à má organização das escolas no que diz respeito ao tamanho das classes, exigência de programas, problemas legais de avaliação e a promoção de alunos, são barreiras a serem transpassadas pelas chamadas tendências escolanovistas.
“O que as crianças podem fazer com assistência de outros, pode ser em algum sentido um indicativo ainda melhor do seu desenvolvimento mental do que o que elas podem fazer sozinhas”. (Lev Vygotsky)
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
DICA DE FILME: Nenhum a menos
Sinopse: As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela vai atrás do aluno.
Muito bom o resumo!!!
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